Seu filho demonstra uma raiva constante e sem motivos aparentes? Leia esse texto para entender como o direito de pertencer pode estar relacionado a essa situação.
O direito de pertencer
No interior de cada grupo familiar, vale a ordem básica, a lei fundamental: todas as pessoas do grupo familiar possuem o mesmo direito de pertencer. Em muitas famílias, porém, determinados membros são excluídos.
Alguns dizem, por exemplo: “Não queremos saber dessa criança ilegítima” ou então: “Por conta da minha religião tenho mais direito de pertencer que você”. Com isso, recusam a essas pessoas o direito de pertencer.
Ocorre, ainda, quando um filho morre prematuramente, que seus pais dão seu nome ao filho seguinte. Com isto, estão dizendo ao primeiro: “Você não pertence à família. Temos um substituto para você”. Assim, o filho morto não conserva nem mesmo o seu próprio nome e não é mais mencionado, retirando-lhe o direito de pertencer.
Os excluídos são representados
A lei que assegura a todos o mesmo direito de pertencer não tolera nenhuma violação. Quando isso acontece, existe no sistema uma necessidade inconsciente de compensação, que faz com que os excluídos ou desprezados sejam, mais tarde, representados por algum outro membro da família -sem que essa pessoa tenha consciência disso.
Quando, por exemplo, um homem casado diz à própria esposa: “Não quero mais saber de você”, inventando falsas razões e cometendo injustiça contra ela, e depois se casa com a segunda mulher e tem filhos com ela, sua primeira mulher será representada por um desses filhos. Uma menina, por exemplo, combaterá o pai com o mesmo ódio da parceira rejeitada, sem ter a menor consciência dessa representação. Aqui atua uma força secreta de compensação, para que a injustiça feita à primeira pessoa seja vingada por uma segunda.
Muitos acontecimentos infelizes na família como, por exemplo, desvios de comportamento dos filhos, doenças, acidentes e suicídios acontecem pelo fato de que um filho inconscientemente representa um excluído e quer dar-lhe reconhecimento.
A solução
A solução para esse emaranhado é reestabelecer a ordem básica, isto é, voltar a acolher e a respeitar os excluídos. Nesse exemplo utilizado, em uma das etapas para concretizar a solução, a segunda mulher deveria reconhecer a injustiça que foi feita à primeira mulher e pediria perdão a ela. Desta forma, a primeira mulher é respeitada e é reconhecido o seu direito de pertencer.
Por isso, se seu filho demonstra uma raiva constante e sem motivo aparente, ele pode estar representando um membro familiar que foi excluído do sistema. Na constelação familiar, esse contexto é analisado e organizado, reestabelecendo a ordem básica do sistema.