Como terapeuta, frequentemente observo dinâmicas familiares que podem ser desafiadoras e prejudiciais, especialmente quando uma parceira assume o papel de mãe em seu relacionamento. A dinâmica de um casal deve ser pautada por igualdade e respeito mútuo, e não pela inversão de papéis que muitas vezes resulta em conflitos e insatisfação.
A Ordem, uma das leis universais da dinâmica familiar, nos ensina que cada membro da família tem seu lugar e seu papel. Quando você assume o papel de mãe do seu companheiro, está quebrando essa lei fundamental. Ele já tem uma mãe, já é adulto e já foi educado. As mudanças que ele pode precisar fazer em sua vida não vão ocorrer por imposição, mas sim por vontade própria. Tentar controlar ou moldar o comportamento de outra pessoa, mesmo que com boas intenções, pode levar à resistência e ao ressentimento.
Esse comportamento, além de criar uma dinâmica de dependência, pode fazer com que seu parceiro busque alguém que o veja como um igual, e não como um filho. Para muitos homens e mulheres, o desejo é ter uma relação de parceria e amor, e não a de um pai ou uma mãe. Quando um dos parceiros assume esse papel, a relação pode perder sua essência, transformando-se em uma relação de cuidados e obrigações, ao invés de um relacionamento amoroso saudável.
Amar verdadeiramente é aceitar o outro como ele é, com suas qualidades e imperfeições. Isso não significa que não podemos oferecer apoio ou sugerir mudanças, mas sim que devemos fazer isso a partir de um lugar de respeito, e não de controle. O amor genuíno é aquele que permite o crescimento e a transformação, mas sempre a partir da escolha do outro.
Se você se vê frequentemente assumindo essa postura de “mãe”, é importante refletir sobre a origem dessa dinâmica. A Constelação Familiar pode ser uma ferramenta poderosa nesse processo. Através dela, você poderá identificar padrões que se repetem em sua vida e entender como suas experiências familiares podem estar influenciando sua relação atual. Essa abordagem ajuda a restaurar a ordem e a harmonia no sistema familiar, promovendo uma nova forma de se relacionar.
Reconhecer que você não deve ser mãe do seu companheiro é um passo crucial para cultivar um relacionamento saudável e equilibrado. Quando ambos os parceiros ocupam seus devidos lugares, é possível construir uma relação baseada no amor, respeito e crescimento mútuo. Se você sente que esse padrão persiste, busque apoio e orientação, pois o primeiro passo para a mudança é a conscientização e a disposição para transformar suas dinâmicas relacionais.